quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O caso da jumenta triste!

Mês de dezembro, muitas festas de fim de ano pela cidade afora. Numa delas, em uma chácara agradável, de natureza farta, lírios enfeitando as mesas, churrasqueiro contratado, pagodinho bem afinado tocado ao vivo pelo rapaz de óculos azul espelhado...

Papo de sempre rolando solto: trabalho e amenidades.

Na minha inquietude saí para caminhar. Vi os ninhos de canários em cabaças furadas. Ideia genial! Lago natural, um bosque bem cuidado e ao longe um som, o relinchar de uma jumenta que há anos não ouvia.

Fui caminhando para descobrir onde estava o animal. Gosto deles!

Cheguei no pequeno estábulo feito de cerca de madeira bem simples. Ela estava lá comendo milho numa panela. Marcas, cicatrizes, um olhar cabisbaixo. Puxei conversa com o caseiro que me falou de suas qualidades principalmente para trabalhar. Falou também do vizinho de baixo que cuidou da jumenta enquanto passava 20 dias na cidade. Batia nela. Batia no rosto dela. Batia com pau. Foi seu filho quem contou.

Depois disso ficou triste. Não trabalha mais! Tem medo do seu algoz e se agita muito quando o vê.

Fiquei extremamente incomodado com o relato e com o aspecto da jumenta. No final da festa parei meu carro para vê-la mais uma vez. Desci e tentei tocá-la. Sua primeira reação foi desconfiar e se afastar. Conversei com ela e antes que eu saísse se aproximou humildemente e abaixou a cabeça como um sinal para que eu a acariciasse. Assim o fiz!

"Quanto mais conheço as pessoas mais amo os animais".



Um comentário:

  1. Nenê, você está cada vez mais parecido com o papai... Também gosto de jumentos, burros, vacas, bois... animais serenos...

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