quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O caso da jumenta triste!

Mês de dezembro, muitas festas de fim de ano pela cidade afora. Numa delas, em uma chácara agradável, de natureza farta, lírios enfeitando as mesas, churrasqueiro contratado, pagodinho bem afinado tocado ao vivo pelo rapaz de óculos azul espelhado...

Papo de sempre rolando solto: trabalho e amenidades.

Na minha inquietude saí para caminhar. Vi os ninhos de canários em cabaças furadas. Ideia genial! Lago natural, um bosque bem cuidado e ao longe um som, o relinchar de uma jumenta que há anos não ouvia.

Fui caminhando para descobrir onde estava o animal. Gosto deles!

Cheguei no pequeno estábulo feito de cerca de madeira bem simples. Ela estava lá comendo milho numa panela. Marcas, cicatrizes, um olhar cabisbaixo. Puxei conversa com o caseiro que me falou de suas qualidades principalmente para trabalhar. Falou também do vizinho de baixo que cuidou da jumenta enquanto passava 20 dias na cidade. Batia nela. Batia no rosto dela. Batia com pau. Foi seu filho quem contou.

Depois disso ficou triste. Não trabalha mais! Tem medo do seu algoz e se agita muito quando o vê.

Fiquei extremamente incomodado com o relato e com o aspecto da jumenta. No final da festa parei meu carro para vê-la mais uma vez. Desci e tentei tocá-la. Sua primeira reação foi desconfiar e se afastar. Conversei com ela e antes que eu saísse se aproximou humildemente e abaixou a cabeça como um sinal para que eu a acariciasse. Assim o fiz!

"Quanto mais conheço as pessoas mais amo os animais".



sábado, 25 de maio de 2013

Carta do Papai do Céu

Para o meu querido filhinho.

Olá meu filhinho, como andam as coisas por ai? Faz algum tempo que partistes daqui e talvez já consigas compreender algumas de minhas palavras.

Por falar em tempo, tu sabes que aqui ele não existe mas isso é assunto para uma próxima carta, afinal, precisarás de mais experiências para desvincular-te dos conceitos cíclicos deste teu estado.

Bom! E ai? Como tens usado teu livre-arbítrio? Espero que estejas fazendo conforme combinamos e escolhendo muita retidão. Sabe filhinho, é tão bom ter a liberdade para escolher, é uma dádiva. Tu e teus irmãos sois os únicos de todo esse mundo que podeis usar da razão para tomar vossas próprias decisões, inclusive desobedecer! Usar essa liberdade para fazer o bem é o princípio mais básico de todo e qualquer progresso e conhecimento.

Tens aprendido bem as lições da vida? São tantas que às vezes fica difícil aprender todas né?! Mas não fiques preocupado! Quando nos encontrarmos de novo, vou me ater somente a uma delas: o amor! Portanto, concentra-te no amor, que é de todas a maior e nunca mais perca as oportunidades de aprender sobre isso. 

Como anda a família que te designei cuidar? Lembra-te que nunca exigi perfeição, mas o teu melhor. No nosso encontro de logo mais quero que todos estejam unidos por aquele amor que te falei. Cuida deles como um tesouro muito raro e precioso!

Por falar em tesouro, como está teu apego ao dinheiro? Ele é bom né? Com ele tu podes gozar de tantas oportunidades e deleites dessa vida! Só toma cuidado com um tal de egoísmo, porque ele escurece tua visão e faz com que não penses em outra coisa! Se assim for, sempre trocarás o que mais importa na vida pelo que mais importa no momento, além de achares que ele ocupará os vazios que deveriam ser preenchidos pelo amor!

Tens apreciado a natureza e a Terra que Te dei? Puxa, todas as vezes que a vejo, Me orgulho de quão linda ela é! Fiz todas essas coisas para teu conforto, progresso e acima de tudo para que lembres e te aproximes de Mim. As plantas, os animais, as estrelas, os mares, o perfeito funcionamento dos elementos são Minhas criações mais sublimes para esse propósito. 

Está satisfeito com o corpo perfeito que Te fiz? Ah, filhinho, ele é muito belo e é o lugar onde uma partícula da minha essência habita! Se o mantiverdes saudável e o controlardes, essa partícula crescerá cada vez mais até seres capaz de enxergar as coisas como foram, como são e como serão! Não esqueças que a disciplina faz parte do bom uso daquela liberdade que Citei no começo!

Bom meu filho, por hoje Ficarei por aqui. O tempo deste mundo está a teu favor! Pense sempre na tua natureza divina e não o desperdices nunca. Como um bom Pai, jamais desistirei de ti e se necessário, ainda tens muitas possibilidades de corrigir tua rota e alcançar o teu potencial divino.

Estarei sempre pronto para te escutar, te orientar e te perdoar, aconteça o que acontecer, porque aprendi tudo sobre a força mais importante e que rege o universo: mais uma vez, o amor!


sábado, 27 de abril de 2013

A "Idade Média" da vida

Desde criança quando comecei a ter as primeiras aulas sobre a Idade Média, o tema me causou certa mística. Histórias tenebrosas de assassinatos, artimanhas ardilosas, caça às bruxas, inquisição, sinos ecoando no vazio de manhãs cinzentas, monastérios silenciosos, igrejas com imagens rústicas e semblantes hostis de anjos e santos, estagnação e retrocesso da ciência. O período foi longo, influenciou sobremaneira o mundo, a colonização, o Brasil. 

Meu imaginário se embrenhava em cada conto e causo proferido pelo professor de história do último ano Colegial. Já na faculdade, a disciplina História da Cultura me apresentou ao filme "O Nome da Rosa" baseado no romance do italiano Umberto Eco. Trouxe também o então lançado "Carlota Joaquina", de Carla Camurati (filme que marcou a retomada do cinema nacional), que deu um tom debochado mas não menos verdadeiro da decadência desse período. Praticamente todo cenário que há anos se desenhava na minha mente, materializou-se


Claro que ao longo do tempo muitas outras informações, relatos, inúmeros outros filmes e livros espetaculares me trouxeram esclarecimentos e uma visão menos romantizada e infantilizada da época (embora ainda não aprofundada). Entretanto, incapazes de remover a mística por completo.


Como já é de praxe traçar paralelos, não inovarei. 


Nas reflexões dos "trinta e poucos" percebi que em determinada fase, a vida pareceu ter sido tomada por certo ostracismo social e emocional. Como consequência, o sentimento de estar no lugar errado na hora errada e óbvio, de ter parado no tempo e no espaço.


As amizades da juventude já não tinham o mesmo brilho. Diferenças na maneira de agir, pensar e enxergar o mundo ficavam mais manifestas, as conversas já não fluíam e permaneciam à base de um passado de molecagens e aventuras.  Andar pelas mesmas ruas diariamente já causava desconforto. A mesmice dos diálogos, dos programas, das aparências parecia insustentável. Relacionamentos, não havia. Ninguém para uma verdadeira conversa. Um sentimento absoluto de não pertencimento. 


Nesse tempo, a Internet ganhou corpo e como um lampejo trouxe consigo o mundo. O mundo que eu esperava, o mundo que eu sabia, o mundo que em alguns momentos já experimentara embora como um personagem da "Alegoria das Cavernas" dotado de um aparelho de televisão.


Anos de criatividade, oportunidades, crescimento, descobertas e trocas muito aquém de qualquer hipótese pessimista imaginada. 

Em determinado momento veio a libertação, a experimentação, a estrada sem fim de um mundo de possibilidades. Não chegou de vez como quem traz um rito de passagem. Foi paulatino: momentos mais, momentos menos. Naturalmente e como lógica, dei por mim em outros horizontes. É estranho. Tem sido. 


As faculdades anunciavam constantemente a realidade de tal período. Traçavam a todo momento rotas de escape de uma época pela qual não houve mística, mas somente uma certa melancolia por um Iluminismo tardio.








sexta-feira, 22 de março de 2013

E agora José?

Num dos encontros de estudantes que participei, não me lembro qual, era época de apagão e foi distribuída uma camiseta com um trecho de um poema de Carlos Drummond de Andrade. Interessante e muito atual, apesar de ter sido escrito na chamada ditadura Vargas!

JOSÉ

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta,
e agora, José?


Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?


E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,


seu terno de vidro, sua incoerência,
seu ódio - e agora?


Com a chave na mão

quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.

José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José!


Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, pra onde?


Por fim um link de uma música cantada pela Marisa Monte e Julieta Venegas, cantora mexicana (apesar de nascida nos EUA) de muito talento. A música chama-se Ilusion e vale à pena:



sexta-feira, 15 de março de 2013

A ditadura homossexual

Não resisti! Há tempos penso em escrever minha opinião sobre o comportamento homossexual mas pelo impacto que o assunto gera, adiei. Até hoje!

Deixo aqui consignado que essa é a minha opinião e concorde ou não com ela defenderei até a morte a minha liberdade de expressá-la. Pode ser que a julgue um senso comum conservador, mas sinceramente, não leio nem assisto nada a esse respeito com maiores argumentos e aprofundamentos.

Foi dado ao homem o livre-arbítrio. Cada um opta por aquilo que entende ser melhor para si. Com essa liberdade concedida, a grande maioria dos seres humanos são capazes de escolher e determinar aquilo que eles querem se tornar.

Nesse contexto, todas as pessoas, sem distinções, as suas decisões, seus comportamentos e opiniões deverão ser respeitadas, embora estas últimas duas, possam ser questionadas e discordadas. O respeito, a tolerância, a inclusão, a liberdade de pensamento e expressão são direitos fundamentais garantidos no artigo 5º da Constituição Federal.

Entretanto, como sempre diz o Senador Magno Malta, "estamos passando dos limites"! 

Nos últimos anos, muito tem se discutido sobre direitos de herança entre gays, união homo afetiva e homofobia. O homossexualismo não sai dos holofotes e por esses dias, com força total nas manchetes devido às declarações do Deputado Bolsanaro, Pastor Malafaia e agora Marco Feliciano e Jean Wyllys, este, fazendo o contraponto.

A verdade é que cansei! Cansei de acessar o portal do "IG" e de tantos outros e ler inúmeras notícias de capa fazendo referência a filmes gays, homofobia, casamentos e uniões homo afetivas, celebridades bissexuais e Thiago Lacerda com o primeiro beijo gay da TV Globo.

Cansei de ligar a televisão nesse canal e assistir a uma espécie de "endeusamento" desse comportamento nas novelas, programas de auditório e em tantos outros lixos lá produzidos. Ser gay é moda, menina beijar menina é descolado, a sexualidade é uma opção!  

Essa doutrina pregada aos cântaros procura desesperadamente inverter valores, propagar e justificar o comportamento homossexual. Faz com que as pessoas que possuem outra visão de mundo e de vida, diferentes princípios e comportamentos se sintam acuadas, reprimidas e deixem de defender seus pontos de vista. 

Faz simplesmente parecer que quem discorda é em maior ou menor grau, homofóbico.

É a ditadura gay. É o que o referido Senador chamou de "Império gay"!

Chegou ao ponto de uma empresa de chocolate ser acusada de sexismo por fazer ovos de páscoa específicos para meninos e meninas! É inacreditável! Se essa moda pegar o idioma de Camões também deverá ser acusado do mesmo crime pois possui em seu léxico artigos masculinos e femininos. Já que alguns pregam um terceiro sexo, inventar-se-á então um "terceiro" artigo que não faça essa distinção! Proponha-se já um Projeto de Lei de nova reforma ortográfica para acabar de vez com os artigos sexistas da língua portuguesa e deixar assim os substantivos seguirem a onda do momento! Ora, faça-me o favor! Aonde vamos parar?

Não pretendo entrar no mérito dos "porquês"  uma pessoa assume o comportamento homossexual mas, não consigo deixar de acreditar: cada indivíduo se torna aquilo que deseja. A mente da maior parte das pessoas pode controlar o corpo e alcançar o autodomínio que, talvez, seja o ponto máximo da capacidade do homem em evoluir.

Nada me fará acreditar que esse comportamento é natural. Se a sexualidade fosse uma opção a própria natureza se encarregaria de proporcionar ao ser humano um corpo com os dois sexos ou nenhum, podendo suas genitálias e hormônios serem desenvolvidos quando da percepção da atração e demais elementos que compõem as relações afetivas. Somos nascidos com a sexualidade definida pela própria natureza e nunca será diferente! 

Como é desconfortável não saber se a pessoa é homem ou mulher! Chamar um garçom andrógeno na mesa (ou seria garçonete?) é tarefa constrangedora! - Que pronome usar? - Devo pedir o RG?  - Me parece que tem seios...mas tem a voz grossa... ah sei lá, se vira! Nada contra! Mas onde essa moçada quer chegar, me parece um lugar cada vez mais desconhecido!

A justiça chancela o homossexualismo. É de uma irresponsabilidade tremenda permitir a adoção por "casais" gays. Não é necessário nenhum estudo aprofundado da psicologia para saber que a referência masculina e feminina na formação do caráter da criança é fundamental. A presença da mãe é imprescindível, assim como a do pai! Não se sabe as consequências na psiquê desses futuros adultos tendo como referência dois pais ou duas mães! 

Ah, mas e o amor? Melhor é ter uma criança crescendo num ambiente assim do que abandonada, em abrigo! Esses, basicamente, são os argumentos dos defensores da tal prática!

Tantos casais estruturados (milhares), com totais condições psíquicas e financeiras, mas sem a possibilidade física de gerar filhos, aguardam anos e anos a fio nas filas de adoção por esse Brasil afora. Muitas vezes, mas muitas mesmo, não conseguem adotar por conta das dificuldades, burocracias e deficiências impostas pelo próprio arcabouço jurídico e estrutural do país. Será que se o Estado brasileiro funcionasse haveria necessidade de expor crianças a um ambiente onde ninguém sabe das consequências?

De uma forma alarmista, mas biologicamente lógica, se o homossexualismo for a prática das gerações futuras, poucas se passarão até a extinção da espécie humana. Não dá para aceitá-lo como natural! Sempre foi praticado? Sempre! Mas nunca assumiu tais proporções ou deixou de ser contra a natureza!

As pessoas e suas decisões hão de ser respeitadas. Merecem isso! Mas não posso mais ser conivente e me resignar. Posso sim ser contrário, posso expressar minha opinião sim, possuo a faculdade de contratar brancos, negros, índios ou homossexuais para minha empresa sim! Posso ficar incomodado por comportamentos lascivos e me ausentar do recinto seja por héteros ou homos!  Não sou homofóbico, "heterofóbico", preconceituoso. É a minha liberdade que está em jogo! A homofobia é desejar a morte, é agredir, é a segregação aviltante!

Um país calcado nos princípios de famílias fortes, estruturadas, com pai e mãe educados, com padrões de conduta e moral que os capacitem a formar cidadãos, seres humanos no sentido lato será sempre uma nação forte, desenvolvida social e economicamente. Os valores da família, da honestidade, do respeito, do autocontrole são seculares! Querem que pareçam retrógrados, desimportantes, cafonas! 

Há milhares de homossexuais honestos, honrados, cumpridores das leis, que padecem conflitos pessoais terríveis, entretanto, acredito na capacidade de mudança e de suportar os fardos que a experiência mortal traz a todos nós. Acredito e confio na família como originalmente concebida: essa fórmula não falhou e não falhará.  

Por fim, deixo o vídeo com o discurso corajoso do Senador Magno Malta em épocas de PL 122 e Kit Gay...



segunda-feira, 11 de março de 2013

Curto-circuito

Confesso que abordei um tema muito delicado no meu último post! Então, para quebrar esse clima denso, hoje coloco uma letra e música da melhor banda de rock em atividade do Estado de São Paulo (na minha opinião). 

Nos sugere os tais "ventos da mudança", como disse certa vez meu grande amigo Pedro Bastos.

Apresento: Ludov! Banda com mais de 10 anos de carreira, 3 discos e 3 EP's, repertório próprio e de muita qualidade. 

Circuito (Ludov)

Um princípio de esperança pra se apegar
E um novo passo de dança a cada queda
É preciso continuar
Por que quem mira de longe pode acertar

Pra vencer qualquer inércia vale lutar
Pro que oferece resistência poder mudar
É preciso continuar
Toda zona de conforto tem saída

A cada volta
Em cada novo lugar
Uma vitória pra quem souber enxergar

Encontrou uma barreira súbita
Na fronteira de um estado de espírito
Mas não dá mais pra voltar
De um ponto ao outro do caminho fez-se um círculo

E agora a experiência é uma aliada
Onde há bondade impera a inteligência
É preciso continuar
Toda etapa do percurso é uma conquista

A cada volta
Em cada novo lugar
Uma vitória pra quem souber enxergar

A cada volta
Em cada novo lugar
Uma vitória pra quem souber enxergar


                                           

terça-feira, 5 de março de 2013

Os vampiros espirituais

Como uma característica individual, costumo observar o comportamento, reações e atitudes das pessoas à minha volta para tentar compreendê-las e me adaptar a elas com a intenção de manter uma relação, no mínimo, amistosa.

Por conta disso, acabei descobrindo uma espécie de pessoas que denominei de "vampiros espirituais". 

Durante uma época pensei que as pessoas mais desagradáveis de se conviver eram aquelas que se julgavam saber tudo de todos os assuntos. É muito chato! Não há nada que já não tenham feito, lugares que não tenham ido nem livro que não tenham lido. A conversa não flui e todos não veem a hora de pedir a conta.

Infelizmente conheci pessoas piores. Muito piores. Desagradável é qualidade!

Os vampiros espirituais são simpáticos. Como na ficção, adoram ser convidados para entrar na vida dos desavisados. Entram e mantém uma postura e aparência de felicidade. 

(Óbvio que não conseguem mantê-las por muito tempo pois os vazios de sua alma logo afloram). 

Os vampiros espirituais ganham a sua confiança e então começam a destilar todo seu veneno nefasto, inicialmente pela fala. São pessoas críticas e, como nas glutonarias, se fartam das palavras ociosas e julgamentos para diminuir e achar falta nas pessoas.

Qualquer ocasião é motivo de crítica. Saem das festinhas de criança agradecendo mas no segredo de seus carros, despejam seus comentários maldosos sobre tudo e todos. Ninguém fica de fora de seus dentes e línguas afiadas. Usam das minúcias para apontar defeitos e perícia para cobrar comportamentos!

Os vampiros espirituais são soberbos, logo se percebe que não aceitam ser contrariados, são os famosos "donos da verdade". Não aceitam correção pois jamais serão capazes de admitir seus erros. 

Os vampiros espirituais são irreconciliáveis pois pretendem justificar suas mágoas, críticas e julgamentos  e assim mantê-los por longo tempo. Detestam quando há harmonia nos lugares que frequentam pois a discórdia é seu deleite.

Os vampiros espirituais são invejosos e se incomodam profundamente com o sucesso e alegria alheias. Cumprimentam com um sorriso amarelo, elogiam sem sinceridade e em seus corações tem a certeza de que são melhores e que esse sucesso deveria ser seu por merecimento.

Os vampiros espirituais tem um olhar sem luz. A luz do corpo são os olhos e como não possuem tal benefício sempre te fitam fixamente por vários segundos com a cabeça meio abaixada. O vácuo deixado por seus olhares opacos parecem consumir  a quem recebe. Há um incômodo evidente no ar.

Os vampiros espirituais não conseguem controlar seu temperamento. Nunca se sabe se estão de bom ou mau humor. Ora te cumprimentam e são seus melhores amigos, ora te ignoram. 

Os vampiros espirituais lamentavelmente se misturam com as pessoas de bem e como o joio, se camuflam ao trigo sendo difícil sua identificação. Mantém aparência de piedade e costumam fazer o que lhes é designado com o fito, o único fito de gabarem-se de suas obras, receberem as lisonjas e jamais, jamais deixarem de falar e exaltar sua "bondade", atos "caridosos" e suas capacidades de realizações.

O apóstolo Paulo talvez tenha pensado nelas quando disse à Timóteo: "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes, afasta-te (...). Que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade". (II Tim. 3: 1-7)

Os vampiros espirituais literalmente sugam o que há de bom nas pessoas. Sem auto-domínio, falam e fazem o que seu coração indolente e de orgulho transbordante deseja e se contentam com os resultados produzidos: mágoa, tristeza, baixa auto-estima. Põem suas cabeças tranquilamente nos travesseiros (por terem "lavado a alma") em detrimento do sofrimento de seu adversário, ou melhor, vítima.

Os vampiros espirituais estão por ai, soltos, em todos os lugares. Queria eu ter uma bala de prata para aniquilá-los dos meus caminhos e dos caminhos dos bons, mas, esse "antídoto" não seria eficaz para eles, porque suas enfermidades estão na alma, no intangível. 

É difícil de acreditar, mas eles verdadeiramente existem e possuem todas essas virtudes às avessas. Já fui vítima de suas armadilhas e hoje, pelo simples fato de estar no mesmo recinto já sinto sua influência maligna e perco as forças em muitos atributos. Por isso, como aconselhou Paulo, "destes, afasta-te".





quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Pra não dizer que não falei das flores!

Apesar do título do texto e da relevância da música de Geraldo Vandré como marco para estudantes e opositores ao regime militar na década de 60, hoje escreverei sobre outro assunto. Se bem que nos muitos encontros de estudantes que participei entre 2000 e 2003 ainda se ouvia com frequência essa canção, inclusive em rodas de violão durante os intervalos entre uma palestra e outra. Talvez uma tentativa solitária de resgate de uma época singular na história do pensamento, da música e dos movimentos estudantis no Brasil.

Natureza. Pedra das Flores. Orquídeas. Caminhos. Paz.

De abril de 2009 a outubro de 2010 morei numa cidade ao sul do Estado de Minas Gerais chamada Extrema. Fica aos pés da Serra do Lopo e ainda nas fronteiras da Serra da Mantiqueira. 

Nesse curto período de tempo, encontrei os momentos de maior interação e perplexidade pelas belezas da natureza até os dias de hoje (apesar de atualmente morar às portas do Pantanal). 

Extrema é a primeira cidade mineira para quem sai de São Paulo pela Rodovia Fernão Dias. Fica aproximadamente 30 quilômetros da bacana cidade de Bragança Paulista. Sua população tem crescido acima do normal e no censo de 2010 possuía 28.599 habitantes. 

Por conta de sua localização, incentivos e isenção fiscal Extrema tem se tornado um pólo industrial dissonante da região e da natureza exuberante que a circunda. Parece não ter aqueles ares de cidade mineira, com um povo acolhedor, centro pacato e a igrejinha ao meio com sua praça arrumada.

A cidade não se planejou para a invasão de fábricas e migrantes em busca de trabalho. O setor imobiliário se valorizou acima da realidade, as empresas energéticas não conseguiam atender as novas e crescentes demandas, casas eram erguidas a todo momento e muitas delas abrigavam várias famílias vindas de todos os lugares do Brasil. Sujeira na rua, carros com escapamentos barulhentos, povo sem identidade, pairava quase uma certa hostilidade na convivência urbana. Diferente do cheirinho de pão de queijo.

Mas, apesar de também sofrer as consequências, a natureza estava lá! Impávida, humilde em sua grandeza, silenciosa, acolhedora, uma realidade à parte.

Morava numa casinha pintada de verde e amarelo (propriedade do sr. Zetinho), na frente de um pasto, ao pé da Serra. Frio e úmido. Para muitos, zona rural. 

Não raro acordava ao som do mugir das vacas, das ferraduras dos cavalos no asfalto, dos gritos desesperados das maritacas, periquitos, canários, pica-paus, beija-flores, joão bobos e centenas de espécies de pássaros que felizmente ainda conseguiam estar alheios ao homem.

Em cima da Serra do Lopo havia uma pedra chamada "Pedra das Flores". Através de trilhas e paisagens incríveis, alcançava-se esse lugar que recebia tal nome por abrigar várias espécies de orquídeas que brotavam naqueles pequenos espaços de terra entre uma rocha e outra. Exuberantes e contemplativas, se misturavam à imensidão da vista.

Ao continuar pela trilha, podia-se chegar ao "Cume". O caminho ganhava contornos de escalada, tornava-se mais íngreme e com menos vegetação. No topo do "Cume" tinha-se uma vista de 360 graus. Avistava-se desde as montanhas de Monte Verde, passando pela represa de Piracaia, a Pedra Grande em Atibaia até os pequeninos caminhões da Fernão Dias. E lá em cima, o silêncio. O silêncio reverente da natureza que com simplicidade expunha seus feitos e sua proximidade com o Criador. 

O vento aliviava o cansaço da caminhada e dava o folego que o "Cume" havia tomado. Lugar extraordinário. Na volta, já mata a dentro e mais atento aos redores, somente o cantar sereno dos pássaros, o zumbido das abelhas, o aroma das plantas, o estalar das árvores e as muitas cores!

De carro era possível rodear a Serra do Lopo. Nesse percurso que fazia regularmente alcançava a simpática cidade de Joanópolis. Até lá, a estrada levava a bairros de chácaras, represas, pastos, montanhas e vegetação densa. Dava para sentir o calor e o friozinho. 

Em Joanópolis, almoçava na cantina italiana "Província de Lucca" e provava das massas caseiras e do polpetone com damasco e castanhas regadas a azeite e alecrim. Era uma outra satisfação! Soda italiana de melancia e sorvete com Nutella...nessa hora me esquecia fácil dos vislumbres percorridos para me concentrar nas últimas colheradas do pistache!

Ainda, o queijo da fazenda de Camanducaia vendido numa loja de artigos rústicos, a cachoeira dos Pretos com sua altura imensa e corredeiras fazem da região realmente um lugar único. 

São regiões abençoadas e contempladas pela natureza, caminhos de muitas paisagens, estradas e trilhas por matas fechadas, montanhas silenciosas, flores perfumadas, pássaros e animais exuberantes. 

Um lugar para se retornar sempre que a paz absoluta for reclamada! Uma Natureza que revela ser verdadeira manifestação da Deidade!

Mas pensando bem, quando é que vou pra lá mesmo? Bora todo mundo?


                             
                                                                                   Casa verde e amarela!
                                         
                                       
                                                                       Vista da Represa de Piracaia
                                         

                                                                                    Cachoeira dos Pretos

                                       
                                                   Serra do Lopo: Cume e Pedra das Flores


                                                                                    O zumbido do zangão


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Curtas

                                                                               I
      
Até uns anos atrás nunca tinha ouvido as palavras "menas" (Deve vir menas gente), "meia" (Ela está meia triste), membra (Ela se tornou membra...), "perca" no lugar de "perda" (É uma grande perca...), "vim" no lugar de "vir" (Ele precisa vim aqui) e outras pérolas de um português maltratado.

Estudei quase a vida inteira em escolas públicas e não aprendi desse jeito não! Como diziam meu pai e mãe: talvez na época do meu ginásio e colegial alguma coisa ainda se salvava...

De todo jeito, coincidências à parte, esses "novos" vocábulos me parecem ter se tornado mais frequentes na linguagem popularesca após a ascensão de um certo molusco e seus companheiros de oceano ao poder. Pelo menos nunca ouvi uma palavra no plural saindo de sua boca. Agora, dos companheiros de sindicato...

                                                                              II

Ainda falando do tal molusco, desde a campanha de 1989 até 2002 foram muitos anos! Cá entre nós, daria pra ter feito uma Unipzinha né! Só pra não ficar tão chato...

Talvez eu tivesse sido poupado de escutar, numa reportagem do jornal da Globo, ele falar que o Brasil não crescia mais por fatores "extraterrestres". É! O E.T. de Varginha estava atrapalhando demais naquela época! Também poderia ter ficado sem ver a cara do William Waak após essa acusação! 



Só pequenos detalhes né, de um passado (ou presente?)...

                                                                              III

Às vezes eu fico imaginando como seria se tivéssemos no Brasil uma câmara de deputados e senadores composta por alemães, suecos, dinamarqueses, búlgaros...daqueles disciplinados e rigorosos, de formação em economia, sociologia, ciências sociais...

Mas logo a divagação acaba e vejo o deputado mais votado da história, sua excelência, Tiririca! De gravata e camisa para fora da calça! 

Pior é ler sua entrevista dizendo que desistirá da política...

Sarney, Renan Calheiros...precisa falar mais?

                                                                                IV

Mudando de pato para ganso, nunca na história desse país, a música brasileira passou por tamanha decadência! Se não quisermos mais ouvir as músicas antigas da Legião, Paralamas, Chico Buarque, Caetano e outros tantos talentos de décadas anteriores, teremos que garimpar muito nessa internet da vida.

Boa música ainda se produz: praticamente nas garagens, pequenos estúdios, vídeos caseiros no Youtube e longe das gravadoras, patrocínios, Faustões e Caldeirões. 

Surpresa agradável foi conhecer o último disco de "O Teatro Mágico", A Sociedade do Espetáculo. Sensacional.

Para encontrar as novidades é necessário esforço, senão, o silêncio ou seu ouvido de penico! 

Sertanejo, Axé e o inacreditável Funk, que encabeça a lista das excrecências. Como alguém em sã consciência consome isso? 

O padrão de exigência está muito baixo. Dá nisso!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A partícula de Deus

Recentemente foi noticiado que os cientistas podem ter encontrado o que consideram como "a partícula de Deus". Sem nenhum aprofundamento, essa partícula contém os chamados bósons de Higgs. Graças a eles e por um processo incompreensível para quem é da área de humanas, a matéria é capaz de existir. 

Nada sei sobre física, partículas, bósons, muito menos quem foi o Higgs mas penso ter experimentado a "partícula de Deus" na minha própria vida.

Certa vez no Novo Testamento os discípulos repreenderam as criancinhas que queriam ter com Cristo para serem abençoadas. "Jesus, porém, disse: Deixai os meninos e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino de Deus" (Mat. 19:14).

Em outra ocasião ensinou"(...) Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizeste" (Mat. 25:40).

No Livro de Mórmon, Cristo abençoou todas as criancinhas que estavam na cidade após sua aparição e segundo o relato, após isso, chorou. Na minha visão não chorou de pena, nem de tristeza, mas sim de emoção por abençoar seres tão puros.

Essas passagens tomaram um novo significado depois que meu filho Lorenzo nasceu. A paternidade preencheu vazios profundos da minha alma. Iluminou minha vida como um farol ilumina o breu da escuridão. Me encheu de sentimentos que talvez nunca soube, de fato, que existiam: caridade, bondade, paciência, amor incondicional. Todas as frustrações, medos e angústias inerentes à fase adulta da vida se tornaram menores, quase sem sentido! De seu leito saía virtude e de seu semblante luz, que preenchia minha casa com uma alegria jamais antes experimentada. Seu choro, suas risadas, seu olhar tudo me constrangia a ser melhor, mais forte e queimava a escória dos recônditos do meu espírito.

Perdê-lo foi muito além da separação física, foi ter perdido um pedacinho de Deus dentro da minha casa e vida, foi o apagar de uma lanterna, foi encontrar os quartos vazios e (tem sido) o reaprender a caminhar. 

Se das crianças é o Reino de Deus, talvez elas também sejam como Ele. Se Cristo as comparou consigo, talvez elas também tenham as virtudes que Ele tem. 

Cristo chorou ao lado delas.

Dessa forma, o Lorenzo foi, sem sombra de dúvidas, a "partícula de Deus" na minha própria vida. Posso dizer, eu descobri o verdadeiro "bóson de Higgs"!

Nos encontraremos no mundo espiritual e nos abraçaremos na manhã da primeira ressurreição! 

Quão felizes serão esses dias, os quais aguardarei ansiosamente.



sábado, 2 de fevereiro de 2013

O resultado da soma das pequenas irritações elevadas à décima! - Parte 2

Conheço uma pessoa que tinha um dado preciso, fruto de um estudo, de quantas pequenas chateações temos por dia. Agora não me lembro dos números, mas eram altos. Aliás, um à parte, esse grande amigo oriental era dos poucos de sua etnia que conseguia se comunicar e verbalizar como ninguém!

O desgaste com operadoras de celular, televisão a cabo, energia elétrica, planos de saúde, concessionária de automóveis, cartão de crédito...a lista é grande...é muito democrático, ninguém fica de fora, pobre, rico, letrado, iletrado, homem, mulher. Sempre cabe mais um, pode chegar, melhor, ligar!

Essas irritações, com algum exercício, são passíveis de controle. A incompetência, ineficiência e mau atendimento são elementos que prevalecem na maioria das relações comerciais e de consumo. Para mim, extrapolam o despreparo profissional. Decorrem em grande parte, de um Estado historicamente desrespeitoso com seu povo e do desgosto e frustrações advindos das relações de trabalho. Compreensível, embora inaceitável.

O que se torna verdadeiramente um desafio é controlar o resultado das pequenas e grandes chateações provindas da falta de educação, descortesia, ignorância, descaso, oportunismo, descontrole e destempero no comportamento e nas relações humanas.

Gente que joga lixo no chão, fura fila, ocupa assento e vaga de idoso e deficiente, dirige pra si mesmo, maltrata animais, vizinho barulhento e que ouve música alta, gente que não devolve troco a mais, que pega o que não é seu, que não pede licença e te empurra, que coloca o carrinho de supermercado no meio do corredor, que conversa alto no cinema, que combina e não aparece, que joga fumaça de cigarro na sua cara, que só quer se dar bem às custas dos outros, que invade seu espaço, que faz tudo isso e ainda te chama de otário pelas costas. É isso que me preocupa!

Não quero dar uma de politicamente correto, piegas, mas sinceramente, cada dia tem sido mais difícil conviver com pessoas. Agora, planejo onde vou e qual o melhor horário para evitar ao máximo contato com seres cujos diferencias são o polegar opositor e o telencéfalo "altamente" desenvolvido. 

Me parece que esses comportamentos aumentam exponencialmente e apesar de existirem pessoas distintas, que te acrescentam atributos, agradáveis, solidárias, educadas, amigas e realmente inteligentes, nunca a companhia dos animais (sem nossos diferenciais) foi tão apreciada. 

Mas afinal, qual é o resultado daquela equação?

É um esforço cada vez maior para manter o humor, a esperança nas pessoas, no futuro. Um esforço cada vez maior para manter os relacionamentos, a paciência, a tolerância. Um esforço cada vez maior para acreditar. Até quando?

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O resultado da soma das pequenas irritações elevadas à décima! - Parte 1

Qual o resultado da soma das pequenas irritações diárias? Me explico.

São 7 horas da manhã e tive aquela noite terrível de sono mal dormida. Toca meu celular desesperadamente. No identificador um número desconhecido. É a moça da assinatura do jornal querendo renovar um periódico que se recebi 10 edições em 1 ano foi muito, tamanha a ineficiência na entrega. Como seu conteúdo era muito fraco, quase nem notava sua ausência.

Legal, gostei dessa maneira de começar o dia! 

Os minutos passam, a rotina se revela e logo a crise de alergia ataca e os espirros começam. Algo parece querer sair pelo meu nariz como um espírito ao som da reza do sacerdote.

 Milhares de gotículas de saliva expelidas depois, crio coragem para cancelar serviços de operadoras e concessionárias que há tempos vinha precisando.

Inicio pela TIM: Sem sistema! "Por favor senhor, obrigado por aguardar e desculpa a demora, o senhor poderia estar ligando daqui 4 horas?" 

Satisfação.

Vou para a Claro. Toda a facilidade inicial para ser atendido e a agradável pergunta: "Qual o motivo do seu cancelamento senhor?". NÃO TEM MOTIVO, SÓ QUERO CANCELAR O MODEM!

Os ânimos estão esquentando.

Então, chegou a hora de dar um passeio feliz. Farol fechado e nenhum deles sincronizado. Ótimo, pararei em todas as esquinas e contemplarei os transeuntes, comércios e buracos no chão. 

Surpresa! Um idoso com uma caminhonete de boiadeiro gigantesca dando ré na calçada, avança pela rua, acerta a lateral do meu carro, me xinga e ainda vai embora rápido para não ter que pagar o conserto! 

Beleza! Grande comportamento de uma pessoa vivida! Exemplo para todos, que dirá aos netos!

A tarde vem chegando e com ela a lembrança de marcar um exame médico solicitado na última consulta. Exame simples! Tranquilo dessa vez!
Agenda feita, guia na mão, endereço no GPS.

Muitas campainhas de senha e cadastros depois: "Olha bem, seu plano não autoriza a realização desse exame, eu lamento!". 

Por que não avisaram quando liguei agendando? Informei o tipo de exame! Mistérios de um além...

Bom, vou ligar na operadora do plano pra saber qual laboratório fazer! Novo "call center" a vista! Mau presságio! 

Dezenas de números apertados após longa conversa com nossa amiga cibernética e finalmente um ser humano: "Desculpa a demora e obrigado por aguardar, mas na sua cidade não há laboratórios credenciados para esse exame. Somente na cidade a 700 km de distância, com a vantagem de ter sua passagem de ônibus reembolsada!"

Ah! Agora sim uma boa notícia! Vou para a rodoviária agora mesmo! Afinal, serão 24 horas passeando de ônibus, vendo a paisagem, conversando com o colega ao lado sobre coisas da vida, fazendo xixi ao movimento do veículo num sanitário asseado! 

Onde está o botão "eject"?

Esfrio a cabeça, me recomponho e volto para a TIM. Só queria cancelar meu plano e a atendente acabou por cancelar meu "ship"! Fiquei dias sem celular! Pensei que talvez esse seria o último da minha vida, pois teria a grande vantagem de jamais ter que ligar num "Call Center" de operadora de celular de novo! 
Muitas músicas, ligações interrompidas, números digitados e a história repetida diversas vezes até que alguém conseguiu o que parecia impossível: entender que eu só queria reativar o "ship". É muito complexo, admito!

Parecendo "O dia de fúria", no final do expediente entrei no "site" do banco e vi um lançamento futuro de conta de água 200% mais caro que o normal! Liguei para a concessionária de água local. Era uma doação que em vez de lançarem R$ 0,50, lançaram R$ 50,00! E para cancelar? Fácil de imaginar o longo caminho percorrido...! Nesse ponto do texto, tenho até preguiça de detalhar!

Depois de tudo isso, só me resta uma alternativa: deitar, assistir um pouco de televisão e dormir! Ligo a TV, o decodificador da NET, me aconchego no travesseiro e quando olho com o controle na mão aparece uma agradável mensagem bem no meio da tela: "Erro na leitura do smart card"!  E não adianta nem ir pra sala porque estava chovendo no Acre e a Sky também não funciona!

Pronto! Agora sim tudo está "esclarecido"! O quebra-cabeça se completou! 

Repito: qual o resultado da soma das pequenas irritações diárias?  Essa matemática nem Kafka explica! Aliás, Freud, Deleuze, Einstein....

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O prêmio de sua presença!



Vídeo inédito do Lorenzo!

A gente ainda tem vários que provavelmente ninguém viu, mas fica a surpresa de postagens futuras.



Adolescente aos 35?

tantas perguntas sem respostas racionais,
tantas incertezas sem a segurança da maturidade alheia,
tantas inquietações sem um porto seguro,
tantos caminhos sem pavimentos no passado.

tudo parece menor,

se visto com os olhos do próximo,
sentido como o coração carente,
se importado como a magnitude da vida.

as estradas se constroem,

do faz de conta os sonhos permanecem,
do faz acontecer às clarezas,
da pequenez à compreensão.